terça-feira, 19 de novembro de 2013

Projeções para a economia brasileira em 2014

Baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e inflação em alta. Esta parece ser a rotina da economia brasileira para o ano de 2014. Algo bem semelhante ao que o brasileiro está presenciando desde o início da década.
A inflação ocorre quando há uma perda no poder de compra da moeda. Esta desvalorização é resultado do aumento no preço dos produtos. Há dinheiro em excesso no mercado. Várias são as causas da inflação. Entre elas estão: uma demanda maior que a oferta de um determinado produto ou serviço; diminuição da concorrência (onde empresas podem aumentar os preços sem perder clientes); aumento dos salários do funcionalismo público e privado.
A inflação causa preocupação em toda a população. Porém as classes sociais mais baixas são as que mais sofrem. Elas não têm o mesmo poder aquisitivo das classes mais altas, por isso, ficam cerceadas do consumo de produtos mais caros. Além disso, sofrem por não poderem planejar futuros gastos e investimentos.
O Brasil apresenta o pior crescimento econômico entre os países integrantes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Vários são os motivos deste frágil desempenho da economia brasileira na década de 2010. Dentre eles estão: gestão pública ineficaz; baixo investimento em educação (gerando mão de obra desqualificada); sérios problemas de infraestrutura; sistemas de transportes desarticulados; logística ineficiente; burocracia; corrupção; falta de confiança externa.
Um pequeno crescimento do PIB gera diversas consequências para o país. O desemprego pode aumentar, a renda líquida per capita pode diminuir e os investimentos em diversos setores podem sofrer redução.

O Brasil precisa efetivar mudanças estruturais. Mudanças estas que dinamizem a circulação de pessoas e mercadorias, bem como formem profissionais gabaritados a realizarem as mais diversas tarefas. 

sábado, 24 de agosto de 2013

O Oriente Médio em chamas

Fonte: http://ow.ly/oeooT

A religião islâmica possui várias vertentes, tais como fundamentalistas (onde a religião tem um grande peso sobre as decisões do Estado) e os não fundamentalistas. Mas a principal divisão dentro da religião se encontra em relação aos Xiitas e Sunitas. 

Xiitas e Sunitas são duas correntes da religião islâmica, se diferenciam em relação ao profeta Maomé e sua descendência. Os Sunitas consideram os sucessores diretos do profeta Muhammad Maomé, já os Xiitas não concordam, para eles o sucessor deveria ser Ali, genro do profeta. 
Os Sunitas correspondem a 85% de todos os adeptos da região islâmica do mundo, com uma grande maioria em países como Arábia Saudita, Egito e Indonésia, no entanto, os Xiitas predominam em países como Irã e Iraque. 
Os xiitas, que por muito tempo foram oprimidos pelo regime secular dominado pelos sunitas de Saddam Hussein, agora estão no poder no Iraque. Eles controlam as forças de segurança e o Exército.
Há não muito tempo, a comunidade sunita se voltou contra a Al-Qaeda. Hoje, o grupo extremista tem margem para explorar sentimentos de mágoa. No auge da violência sectária no Iraque, muitas áreas sunitas viraram território proibido para xiitas, e vice-versa.
O conflito é alimentado com o dinheiro do petróleo. O Irã patrocina grupos terroristas xiitas, como o libanês Hezbollah. A monarquia saudita fomenta uma versão extremista sunita, o wahhabismo, ensinado em escolas e mesquitas ao redor do mundo.
O Iraque virou palco para o embate entre os polos muçulmanos. Desde a retirada das tropas americanas do país, em dezembro de 2011, a violência sectária explodiu com atentados quase diários. A maioria xiita deseja vingar as atrocidades do ditador Saddam Hussein, um sunita. Além disso, boa parte dos iraquianos acredita que o atual governo do país tem estreita relação com os EUA, fato que fortalece o conflito. Durante a permanência das tropas estadunidenses no Iraque os atentados também eram constantes. Boa parte da população iraquiana não aceitava a invasão dos EUA ao país, e os ataques eram uma forma de pressionar o governo dos EUA a retirarem suas tropas do Iraque.
O Irã apoia as milícias xiitas. Os sauditas e a Al Qaeda atuam no campo rival. A dinâmica se repete pelo Oriente Médio. No Barein, por exemplo, a maioria xiita se rebela contra rei Hamad, que é sunita. Na Síria, principal aliada do Irã, a Primavera Árabe motivou uma rebelião contra o regime alauíta, da minoria xiita, comandado pelo ditador Bashar al-assad.

Pelo histórico de guerra e pelo atual contexto geopolítico no Oriente Médio um convívio pacífico entre as diversas correntes ideológicas e religiosas parece ser uma grande utopia. 

domingo, 23 de junho de 2013

A Comissão da Verdade e os Direitos Humanos

A criação da Comissão Nacional da Verdade tem um vasto objetivo: apurar as violações de direitos humanos ocorridas de setembro de 1946 até a Constituição de 1988, período que inclui a época da ditadura militar brasileira, de 1964 a 1985.
Embora a Constituição de 1988 já apontasse a necessidade de se buscar a verdade sobre o passado, por muito tempo nada aconteceu. A questão não parecia ser central nem para o governo nem para a sociedade brasileira, salvo para os familiares de presos, mortos e desaparecidos, atingidos pelos atos da ditadura, e alguns movimentos de direitos humanos que se mobilizaram ao longo dos anos 1980.
O regime militar brasileiro inspirou o modelo de outros regimes militares e ditaduras por toda a América Latina, sistematizando a "Doutrina de Segurança Nacional", que justificava ações militares como forma de proteger o "interesse da segurança nacional" em tempos de crise.
A Constituição de 1946 foi substituída pela Constituição de 1967, e, ao mesmo tempo, ocorreram a dissolução do Congresso Brasileiro, a supressão de liberdades individuais e a criação de um código de processo penal militar que permitiu que o Exército brasileiro e a polícia militar do Brasil pudessem prender e encarcerar pessoas consideradas suspeitas, além de impossibilitar qualquer revisão judicial. O novo regime adotou uma diretriz nacionalista, desenvolvimentista e de oposição ao comunismo. A ditadura atingiu o auge de sua popularidade na década de 1970, com o "milagre brasileiro", no mesmo momento em que o regime censurava todos os meios de comunicação, torturava e exilava dissidentes. 
Os principais alvos de perseguição do regime foram os comunistas. A instauração do regime militar no auge da Guerra Fria só contribuiu para o fortalecimento de propagandas e intensificação de políticas do governo voltadas para a discriminação da população perante aos comunistas.
A política da anistia aos acusados de abusos durante o regime militar só fez aumentar a impunidade.
A Comissão da Verdade tenta fazer justiça e diminuir o sentimento de impunidade que assola o Brasil.
No cenário internacional o Tribunal de Haia tenta fazer justiça em escala mundial.
Sua principal função é de resolver conflitos jurídicos a ele submetidos pelos Estados e emitir pareceres sobre questões jurídicas apresentadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas ou por órgãos e agências especializadas acreditadas pela Assembleia da ONU, de acordo com a Carta das Nações Unidas.
Presidentes e ditadores acusados de genocídio são julgados por este tribunal. Esta é mais uma ferramenta para tentar acabar, ou pelo menos diminuir, com a impunidade em escala mundial.

Atitudes como a criação da Comissão da Verdade e os crimes analisados pelo Tribunal de Haia são fundamentais para formar uma sociedade mais justa e igualitária, pois demonstram que atrocidades, corrupções, etc., são apuradas e, em caso de comprovações, os culpados serão punidos. Isto limita e inibe novos acontecimentos que prejudicam grande parte da população de bem. 

domingo, 7 de abril de 2013

Coreia do Norte ameaça atacar os EUA

Fonte: www.dreamstime.com

Muitos especialistas em geopolítica acreditam que as ameaças norte coreanas em atacar os EUA e a Coreia do Sul não passam de um blefe.  Para eles, o governo da Coreia do Norte estaria disposto a aumentar seu poder de barganha, principalmente tentando eliminar e evitar novas sanções econômicas (isolamento comercial resultado de vertiginosas quedas nas exportações e importações) impostas pelos EUA e seus aliados.
 Porém, EUA e Coreia do Sul não querem pagar para ver. Os dois países já costuraram diversas alianças de ajuda mútua, fato este que só desagrada e acirra ainda mais os ânimos dos norte coreanos.
Portanto, desvalorizar ou desconsiderar o discurso de combate da Coreia comunista é, no mínimo, uma temeridade.
Mas, afinal, de onde vem esta rivalidade entre estadunidenses e norte coreanos? Podemos nos remontar à Guerra Fria (1945 – 1991).  Durante a Guerra das Coreias (1952), que culminou na desintegração da Península coreana, os EUA apoiaram a Coreia do Sul (capitalista) e se tornaram arquirrivais da Coreia do Norte (comunista). Desde a década de 1950 esta rivalidade ganhou muitos episódios. O ex-presidente dos EUA, George W. Bush chegou a inserir a Coreia do Norte no grupo de países que faziam parte do “Eixo do Mal”, fato que só aumentou a inimizade existente entre os países. Neste contexto, é pertinente que se faça uma analogia com o Irã, pois este último país também é inimigo dos EUA e sofre uma série de sanções econômicas devido aos investimentos em energia atômica. Mas, ao contrário da Coreia do Norte que ameaça atacar os EUA, os iranianos são alvos de possíveis ataques estadunidenses e fortes penalidades comerciais.
As recentes sanções econômicas impostas pelos EUA e aliados à Coreia do Norte, além da aliança militar com a Coreia do Sul, reforçam o sentimento de inimizade dos norte coreanos perante os estadunidenses e sul coreanos.
O governo norte coreano está realizando diversas ameaças nas últimas semanas, como mostra o fragmento a seguir: “Estamos formalmente informando à Casa Branca e ao Pentágono que foi aprovado um ataque contra o território americano, possivelmente envolvendo a utilização de armas nucleares". Essa foi uma mensagem da agência estatal norte coreana.
Os Estados Unidos anunciaram que irão instalar um sistema de defesa antimíssil na Ilha de Guam, no Pacífico.
Nos últimos dias caminhões que levavam materiais e trabalhadores da Coreia do Sul para um complexo industrial na Coreia do Norte foram impedidos de passar na fronteira.
O armistício (cessar fogo), que havia sido acordado entre as Coreias após o desmembramento, foi suspenso pelos norte coreanos, fato esse que acirra os ânimos e retoma o estado de guerra entre os países.
Não é possível afirmar que haverá ou não um conflito de fato. Porém, a geopolítica atual está sendo marcada pelos desdobramentos da Guerra Fria. A Coreia do Norte está cada vez mais isolada, assim como os demais regimes comunistas da atualidade.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e Professor de Geografia

terça-feira, 12 de março de 2013

Afinal, como foi o governo de Chávez?

A morte de Hugo Chávez recolocou a Venezuela nos noticiários. Neste cenário, o debate entre chavistas e opositores se tornou uma constante.

Para os apoiadores, o governo de Chávez foi um sucesso. Entre outras medidas governamentais, destacam-se:

• A universalização do acesso à educação, implementada em 1998, teve resultados excepcionais. Cerca de 1,5 milhão de venezuelanos aprenderam a ler e a escrever graças à campanha de alfabetização denominada Missão Robinson I.

• Em relação à saúde, foi criado o Sistema Nacional Público para garantir o acesso gratuito à atenção médica para todos os venezuelanos. Entre 2005 e 2012, foram criados 7.873 centros médicos na Venezuela.

• A construção de milhares de casas para famílias carentes.

Porém, para os críticos, as atitudes do governo chavista promoveram as seguintes consequências negativas:

• Converteu a Venezuela em um país totalmente corrupto, um país em que já havia delinquência em um lugar com cifras três vezes piores.

• O controle do câmbio - sistema em que não se podia mais trocar a moeda local por uma estrangeira - e o aumento do custo de vida, criaram um mercado negro sólido e um país mais pobre e dividido.

• O fortalecimento da violência ao dividir o povo entre chavistas e os não chavistas.

Hugo Chávez construiu alianças sólidas com países latino-americanos, como Cuba, Bolívia e Equador. Mas sua inimizade com os EUA tornou o país mais isolado em termos geopolíticos.

Diante do que foi exposto é possível concluir que na política não há unanimidade, muito menos certos e errados. Existem sim, erros e acertos.



Décio Couto Caixeta

Geográfo e Professor de Geografia.

domingo, 18 de novembro de 2012

Obama reeleito: o que isso significa para o Brasil?

                         
                      Fonte: http://www.google.com.br/imgres?iact=rc&&start=18&&ty=114
O Brasil e os EUA são parceiros comerciais e aliados geopolíticos. Os estadunidenses tiveram um importante papel sobre a decisão brasileira de lutar na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados. Em contrapartida, os estadunidenses financiaram boa parte da construção da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) em Volta Redonda – RJ.

No primeiro mandato de Barack Obama, EUA e Brasil fecharam uma série de acordos comerciais. Entre elas estão:

• A celebração do acordo de diálogo e cooperação em defesa, visando a transferência de tecnologia bélica.

• Os EUA defendem a patente do nome “Cachaça” para o Brasil. A proteção dos EUA para a denominação do produto exclusivamente brasileiro deu novo prestígio à mais tradicional bebida mineira. Agora, da mesma forma como o champanhe só pode ter esse nome se vier da região francesa de Champagne, a cachaça, para ser assim chamada, apenas se for “Made in Brazil”.

• Foram firmados Memorandos de Entendimento nas áreas de aviação civil, construção, energia, segurança alimentar, agronegócio, além de acordos de cooperação com 14 universidades dos Estados Unidos.

• Também foram firmados entre os dois governos um projeto de construção de moradias sustentáveis no Brasil utilizando tecnologia americana, o desenvolvimento de biocombustíveis além do que já havia sido anunciado pela Boeing no final de março e uma colaboração mais ampla entre empresas para o desenvolvimento de energias renováveis.

Mas, nem tudo foram flores na relação entre os dois países. A luta brasileira pela diminuição do protecionismo e do subsídio agrícola culminou com uma representação brasileira na OMC (Organização Mundial do Comércio) contra os elevados subsídios agrícolas promovidos pelo governo estadunidense perante seus produtores de algodão. A OMC deu ganho de causa ao Brasil, e o país poderia retaliar os EUA. O Brasil ameaçou aumentar as taxas alfandegárias aos produtos vindos dos EUA, mas o governo estadunidense se comprometeu a dialogar sobre o assunto, fazendo com que o governo brasileiro voltasse atrás.

Para o segundo mandato do presidente Barack Obama a queda do protecionismo estadunidense perante os produtos brasileiros e dos subsídios agrícolas aos produtores dos EUA continuarão sendo os principais pontos de discussão comercial entre os dois países.

Décio Couto Caixeta
Géografo e Professor de Geografia

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Governo tenta reduzir custo Brasil


O empreendedor no Brasil enfrenta diversas dificuldades para investir. Entre os principais problemas enfrentados estão: alta carga tributária, legislação trabalhista inflexível, infraestrutura e logística ineficientes. Todas estas questões elevam o custo Brasil.
Em um cenário mundial de crise econômica e da grande dependência brasileira na exportação de commodities há uma necessidade em promover uma desoneração do processo produtivo. O governo brasileiro vem adotando algumas medidas para tentar incentivar o consumo e a produção. Entre elas estão: redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e de outros impostos; aumento do crédito; e juros reduzidos. Estas medidas têm o objetivo de fazer a economia crescer, gerar empregos e aumentar o superávit da balança comercial.
Estas medidas são imediatistas e paliativas, não resolvem o problema de fato. Porém, é um desafogo momentâneo para os empresários e consumidores no país.
O Brasil necessita de atitudes concretas e eficazes, principalmente no que tange aos custos da produção, infraestrutura e logística. Neste cenário, a melhoria nos sistemas de transportes ganha um caráter de urgência, já que é um aspecto essencial para economia de qualquer país.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e professor de Geografia e Empreendedorismo.