Em minhas aulas sobre globalização, é comum os alunos indagarem a seguinte questão: "Professor, a formação de blocos econômicos continentais não contraria o fenômeno da globalização?", e lhes respondo: "Não, pois há o fortalecimento comercial, tecnológico, diplomático, etc., entre os países membros e entre os blocos".
A União europeia é o bloco econômico mais completo, sendo o único que contempla: zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união monetária e econômica. Muios países do Leste europeu ainda pleiteiam vaga, mas enfrentam barreiras impostas pelos integrantes do bloco.
A Turquia é um dos países europeus que manifestam a vontade de entrar na UE há muitos anos. Porém, muitos membros do bloco são contra a entrada dos turcos. O presidente francês, Nicolay Sarkozy, é quem mais critica o objetivo turco, pois acredita que a Turquia é muito mais asiática que europeia. Além do presidente da França, vários outros presidentes de países europeus são contra a entrada da Turquia na UE, por acreditarem que é um país que tem muitas dificuldades internas e geopolíticas regionais, como a grande presença do povo curdo em seu território, o que causa grande instabilidade no país, já que os curdos reivindicam seu Estado próprio - o Curdistão.
Não só a UE encontra dificuldades de integração continental. A Venezuela pleiteia uma vaga permanente no Mercosul há anos, mas falta a aprovação dos congressos dos países membros.
Não há dúvidas que a consolidação dos blocos econômicos fortalecerá o fenômeno da globalização, pois aumentará a interligação entre os países.
Décio Couto Caixeta.
Geógrafo e Professor de Geografia