sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Artigo sobre a reunião do G 20

A última reunião dos 20 países mais influentes do mundo, na Coreia do Sul, deixou clara a influência dos países emergentes no atual mundo globalizado. Há pouco tempo atrás, só se falava na reunião do G 7 (os sete países mais ricos do mundo), depois surgiu o G 8 (grupo dos sete mais ricos e a Rússia).
O principal assunto discutido entre os chefes de Estado do G 20 foi a questão da crise cambial. Os países emergentes acusam os EUA e a China de estarem subvalorizando suas moedas para protegerem as empresas locais e fortalecerem as exportações. O ministro da fazenda do Brasil, Guido Mantega, já salientou a necessidade de outras moedas de referência para o comércio internacional, não só o dólar.
Com a desvalorização do dólar, as exportações brasileiras ficam prejudicadas, já que os compradores estrangeiros irão procurar mercados com moedas locais mais baratas que o real.
Já que vivemos num mundo globalizado, as ações governamentais precisam ter um foco mundial. Se cada presidente pensar somente em seu país, como fez o ex-presidente estadunidense Bush quando invadiu o Iraque e o Afeganistão, muitos irão pagar a conta.
O grande problema destas reuniões é que muito se discute, mas as decisões são sempre marcadas para as próximas reuniões.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e Professor de Geografia

domingo, 24 de outubro de 2010

Questão dos mineradores


Soterramento de mineradores: acidente ou tragédia anunciada?

Felizmente, todos os 33 mineiros que ficaram presos numa mina no Chile a 700 metros de profundidade, conseguiram ser resgatados com vida. Mas, na maioria dos casos, não é isso que acontece.
Todos os dias acontecem acidentes envolvendo mineradores pelo mundo. Os países subdesenvolvidos registram a maioria dos casos, já que apresentam um grande atraso industrial e econômico. A maioria dos países da América Latina, Ásia e África ainda possuem nas atividades ligadas ao setor primário, como a mineração, a base de suas economias.
O grande problema é que os trabalhadores não possuem boas condições de trabalho. Equipamentos antigos e obsoletos, negligência do poder público em fiscalizar a situação das minas e a ganância de empresários que só visam o lucro, tornam horríveis as condições de trabalho dos mineradores .
A China é o país que mais registra acidentes com mineradores. As minas de exploração de carvão apresentam péssimas condições de trabalho para os mineradores. Mas, parece que nem os grandes empresários e nem o governo estão preocupados em melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, já que devem pensar: “Ah, nosso país tem tanta gente mesmo, esses milhares que morrem todos os anos, não farão falta”.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e Professor de Geografia

sábado, 18 de setembro de 2010


O que mais agrava a fome no mundo?

O Brasil está sendo elogiado internacionalmente por adotar medidas contra a fome. Entre elas, se destacam os programas do governo federal: FOME ZERO e BOLSA FAMÍLIA. Muitos criticam estas ações pelo fato de julgarem assistencialistas e acostumarem mal a população. Porém, como diz o presidente Lula: “Quem tem fome não pode esperar”.
Tanto o Brasil quanto os demais países subdesenvolvidos, sofreram bastante com o longo período de exploração durante a colonização. O PLANTATION, sistema agrícola onde a maior parte da produção é voltada para abastecer o mercado externo, foi implantado durante o período colonial e permanece até os dias atuais, sendo o principal responsável pela fome no Brasil e no mundo. Este sistema agrícola fortalece a má distribuição dos alimentos no mundo, concentrando grande parte dos alimentos nas mãos de uma elite consumista dominante, liderada pelos EUA.
Os latifúndios (grandes propriedades rurais) dominam o espaço agropecuário brasileiro. Neste contexto, o PLANTATION se fortalece e o mercado consumidor interno se enfraquece. Então, qual seria a solução mais concreta para tentar erradicar a fome no Brasil e no mundo? Ah, sem pestanejar, eu responderia: REFORMA AGRÁRIA, ou seja, uma melhor distribuição das terras, onde as pequenas e médias propriedades predominariam, fortalecendo a agricultura familiar e a produção alimentícia seria destinada para abastecer o consumo interno, acabando com o PLANTATION.

Professor Décio Couto Caixeta
Geógrafo e Professor de Geografia

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Escolherias: Coreia do Norte ou Irã?


Escolherias: Coreia do Norte ou Irã?

A humanidade já atravessou inúmeros regimes brutais. Os grandes impérios colonizadores conquistaram terras e fizeram escravos. Quando estudamos a história percebemos o quanto a opressão e o massacre já prevaleceram. Ficamos, assim, estarrecidos.
Logo, muitos de nós pensaríamos: Ah, estas atrocidades só ocorreram no passado. Hoje, não ocorrem mais. Porém, chefes de Estado como os da Coreia do Norte e do Irã contrariam esta ideia.
Após uma reeleição cercada por fraudes, Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, sufocou, sangrentamente, todas as manifestações contra o pleito. Para agravar a não legitimidade da democracia no Irã, o governo do país impõe uma severa censura à população e não respeita a liberdade de expressão e os direitos humanos, prova disso, é a recente condenação de uma mulher por apedrejamento, acusada de adultério.
Na Coreia do Norte, o regime ditatorial imposto pelo Comunismo, também exprime forte censura e inibe a liberdade de expressão. A opressão do governo norte-coreano fica clara na imposição de serviços pesados e maltratos aos jogadores de futebol que não corresponderam às expectativas do “Grande líder” durante a Copa do Mundo na África do Sul.
É inconcebível que, em pleno século XXI, ainda existam regimes tão autoritários e opressores, onde seus governantes pensam que são Deus.
Muitos criticam o Imperialismo imposto pelos EUA ao resto do mundo. Porém, por mais pontos negativos que possam existir a quebra de soberania imposta pelos EUA a países como o Iraque e o Afeganistão, não podemos negar que os imperialistas possuem um regime democrático e respeitam a liberdade de expressão. Ah, mas é claro que temos que lembrar da paranóia existente com relação ao terrorismo, neste caso, nenhuma liberdade e total opressão aos “acusados” de promover o terrorismo, exemplo disso é a prisão de Guantánamo, em Cuba. Mas, analisemos o seguinte: como seria o papel geopolítico da China sendo a principal potência mundial? Será que os chineses globalizariam a censura, a não liberdade de expressão e o desrespeito aos direitos humanos para o restante do mundo?


Décio Couto Caixeta, Geógrafo e professor de Geografia

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Até quando Hugo Chavez?


Há mais de uma década à frente do governo venezuelano, Hugo Chavez acumula admiradores e adversários. Defendendo uma Revolução Bolivariana, levanta a bandeira da unidade da América Latina e repudia o Imperialismo estadunidense.
No começo de seu governo, Chavez se mostrou bastante ligado à justiça social. Remanejou grandes porcentagens dos royalties do petróleo (principal fonte de riqueza do país) para programas de redução da pobreza, ganhando muitos simpatizantes pelo mundo. Porém, sempre foi um presidente muito polêmico, se inserindo em questões que, muitas vezes, não lhe diziam respeito, com discursos longos e desafiadores. Uma famosa frase do Rei Juan Carlos da Espanha, remetida à Chavez, ficou conhecida internacionalmente: “¿Por qué no te callas?”.
Em seus discursos, critica incessantemente os EUA e seus aliados. No Oriente Médio está ao lado do Irã e contra Israel. Como os EUA e a Rússia ainda alimentam rivalidades, logo houve uma aproximação de Chavez com os russos. Na América Latina, a Colômbia é a principal aliada dos EUA, logo (adivinhem?) adversária local de Chavez. Evo Morales (presidente da Bolívia) e Rafael Correa (presidente do Equador) são aliados de Chavez. O Brasil e os demais países da América do Sul preferem ter uma posição imparcial, se posicionando conforme o assunto.
Chavez se mostra cada vez mais radical. Contra o neoliberalismo e centralizador do poder político-econômico. Já promoveu diversos referendos (consulta popular para mudar uma lei) e plebiscitos (consulta popular para criar uma lei) pleiteando sua perpetuação no poder. Isso o torna um verdadeiro ditador, pois tem o uso da máquina pública. Suas decisões de estatizações vão na contra mão do processo de globalização, afugentando investimentos estrangeiros e findando o crédito do país no exterior. Tudo isso culmina na estagnação econômica, e é claro, no aumento do desemprego. Sempre se mostrou um grande aliado de Fidel Castro, o ditador cubano.
É preciso deixar claro que tanto o Socialismo quanto o Capitalismo têm suas vantagens e desvantagens. Porém, se nos é cerceado o direito à liberdade de expressão, de nada valem a garantia de saúde, educação e moradia.
Fica claro que a democracia não se consolida com presidentes como Hugo Chavez.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e professor de Geografia

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Questão atômica iraniana


De onde vem essa rivalidade entre EUA e IRÃ?

Tudo começou em 1979, ano da Revolução Islâmica no Irã. Antes disso, o Irã era comandado pelo Xá – Mohammad Reza Pahlavi – aliado dos EUA. A partir da revolução liderada por Aiatolá Khomeini, o Irã passou a ser um Estado fundamentalista, onde a religião exerce influência direta nas decisões do governo, muito diferente de um Estado laico defendido pelos estadunidenses.
Na Guerra do Irã contra o Iraque, travada durante vários anos da década de 1980, os EUA apoiaram o Iraque, já os soviéticos, os iranianos. A Guerra Fria refletia os antagonismos ideológicos entre EUA E URSS. Essa decisão por parte dos estadunidenses em apoiar o Iraque, acirrou as inimizades com os iranianos.
Neste cenário de guerras cabe uma pergunta: Como EUA e Iraque eram aliados na guerra contra o Irã e anos depois entraram em conflito durante a Guerra do Golfo? A resposta para essa pergunta está na GEOPOLÍTICA, que simploriamente, quer dizer um jogo de interesses entre os países. Vejamos alguns exemplos: EUA e URSS, rivais históricos, se aliaram durante a Segunda Guerra Mundial para lutar contra um inimigo em comum – a Alemanha; EUA e Japão duelaram na mesma guerra, logo depois, se tornaram aliados em nome da sustentabilidade do capitalismo.
Mas, voltemos à rivalidade entre EUA e Irã. O atual presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, defende a extinção do Estado de Israel. Já proferiu várias vezes em seus discursos que Israel deveria ser “riscado do mapa”. Ora, sabemos muito bem que EUA e Israel são aliados históricos. Foram os estadunidenses que arquitetaram a criação do Estado de Israel em 1948, em terras que pertenciam à Palestina.
Sabendo os motivos que levam à essa grande rivalidade entre EUA e Irã, entendemos a grande preocupação por parte dos estadunidenses em relação ao enriquecimento de urânio pelos iranianos. Os primeiros dizem que esse enriquecimento tem o objetivo de construir armas atômicas. Já os segundos, defendem o uso do urânio para geração de energia.
Em quem iremos acreditar? Pesa contra o Irã os imensos obstáculos impostos sobre às inspeções de funcionários da ONU às instalações nucleares iranianas. Pesa contra os EUA a questão imperialista no Oriente Médio e as milhares de ogivas nucleares que o país ainda possui.
Diante deste cenário, o Conselho de Segurança da ONU, decidiu aplicar sanções sobre o Irã. Mas, afinal, o que seriam essas sanções? A intenção da ONU (comandada pelos EUA e seus aliados) neste momento é isolar o Irã através de embargos comerciais. Todas as suas exportações e importações são prejudicadas com o intuito de afetar a economia do Irã. Tudo isso para forçar o país a abandonar seu projeto nuclear.
Porém, Mahmoud Ahmadinejad – eleito de forma fraudulenta nas últimas eleições – , já deixou claro que não cederá às pressões. EUA e seus aliados ainda não falam em uma possível intervenção militar, pois sabem que o Irã não é o Iraque.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e professor de Geografia

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Artigo sobre os presidenciáveis


Em quem votar nas eleições de outubro?

José Serra, ex-governador e ex-prefeito de São Paulo, e ex-ministro da saúde do governo FHC. Como ministro trabalhou bastante na luta contra a AIDS, investindo em pesquisas que fortaleceram o AZT – o coquetel anti-AIDS – recebendo elogios internacionais. No campo trabalhista, foi um dos principais mentores do seguro desemprego.
Dilma Rousseff, ex-ministra de Minas e Energia e da Casa Civil do governo Lula. Encarou fortes embates com Marina Silva – candidata do PV à presidência –, então ministra do Meio Ambiente, para conseguir permissão do IBAMA para construção de usinas hidrelétricas, principalmente a do Rio Madeira, na Bacia Amazônica. É estigmatizada por alguns de ter compactuado com terroristas durante a Ditadura Militar. Foi a principal expoente do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo Lula. Considerada braço direito de Lula, conseguiu o apoio do presidente para se lançar candidata.
Façamos agora, um balanço dos partidos. O PT (Partido dos Trabalhadores) nasceu como um partido de esquerda. Com um histórico de oposição se tornou situação e se inseriu na ideologia de um mundo globalizado. Porém, nem de longe lembra o neoliberalismo do governo FHC. O PT ainda conserva bastante as regalias das elites, principalmente dos grandes banqueiros. Mas, houve avanços nas políticas sociais, mesmo que ainda tímidos.
Já o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) surgiu como uma terceira via, entre a esquerda e a direita. É um partido que se mostra ligado às questões neoliberais. As privatizações, fenômeno áureo do neoliberalismo, foram constantes no governo FHC, e com Serra, devem ser retomadas com força.
Na economia não há mistério. Sempre há pontos negativos e positivos na tomada de decisões. Se por um lado, o Estado deixa de controlar um ramo importante da economia com as privatizações, por outro pode haver um fortalecimento da concorrência entre as empresas, melhorando o serviço prestado e a qualidade do produto para o consumidor.
Mas, o PSDB, se mostra bastante conservador no que tange à manutenção dos privilégios das elites, com um número incomensurável de “caciques” no Congresso Nacional e no poder executivo.
Fica evidente a força dos partidos nas tomadas de decisões dos governantes. Porém, aqui no Brasil os partidos são um pouco mais maleáveis que, por exemplo, nos EUA. Lá, a bipolarização partidária resume as escolhas dos eleitores entre o Partido Democrata e o Republicano. O primeiro, famoso por ser mais liberal, sendo a favor do aborto, do casamento de homossexuais e tentar resolver as questões geopolíticas mais na base do diálogo que no campo militar, pelo menos foi assim com Bill Clinton, mas está sendo menos com Barack Obama. Já os republicanos são mais conservadores. Defendem a família e são contra o aborto e o casamento de homossexuais, e destinam grandes somas à indústria bélica.
Portanto, a ideologia e o histórico do partido têm de ser levadas em consideração para a escolha do candidato, e não somente a preparação e a competência do mesmo.
Analisando friamente, Serra está mais preparado que Dilma. Contudo, a história de seu partido não contribui para a resolução do principal problema brasileiro: o grande fosso social.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e professor de Geografia