quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Há solução para a crise na Grécia?

Fonte: nanihumor.blogspot.com


A Europa vive uma crise econômica sem precedentes. Muitos podem indagar: “Ah, mas e o período da grande depressão, ou pós Segunda Guerra Mundial?”
Concordo que foram épocas difíceis, onde houve recessão econômica e aumento dos índices de desemprego. Porém, eram crises motivadas por desequilíbrios no sistema financeiro e disputas territoriais. Hoje, o problema tem cunho político, principalmente no que tange ao poder dos Estados em administrar nações.
Muitos países europeus atravessam graves crises econômicas, entre eles estão: Espanha, Portugal, Itália, Irlanda e Grécia.
A crise na Grécia não é um simples problema econômico. É uma questão de Estado. Nas últimas décadas, o governo grego tem tido mais despesas que receitas, onde os salários do funcionalismo público e do setor privado eram relativamente altos e a carga tributária (impostos) não era suficiente para equilibrar as contas do Estado. Para agravar ainda mais, o governo contraiu vários empréstimos nos últimos anos. Outro problema foi a adoção do euro, que prejudicou a produção nacional. Isso gerou um grande endividamento do país, culminando em dados absurdos, como a constatação de que a dívida do país é superior ao dobro de seu PIB (Produto Interno Bruto).
Nos últimos meses, milhares de gregos saíram às ruas para manifestar contra as medidas de austeridade fiscal proposta pelo governo, medidas estas que sobem impostos e diminuem salários. Porém, o problema da Grécia não é só administrativo, mas estrutural. O país baseia no turismo grande parte de sua economia. Há uma necessidade de se construir uma economia sólida e diversificada, sem tanta dependência do turismo e do capital estrangeiro.
Países europeus como a Alemanha e a França também são atingidos pela crise, afinal, vivemos em um mundo globalizado. Porém, apresentam parques industriais fortes e diversificados, além de potentes mercados internos.
Há uma solução para a Grécia, mas o país tem de se comprometer a realizar mudanças estruturais e ficar menos dependente de ajuda externa.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e Professor de Geografia

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A QUESTÃO PALESTINA

verdadedomundo.weebly.com



Os conflitos entre israelenses e palestinos são acompanhados por todo o mundo, justamente por ser uma questão antiga e difícil de ser resolvida. Os judeus foram expulsos pelos romanos da região onde hoje é a Palestina. A partir de então, viveram perambulando por várias partes da Ásia e da Europa. O sionismo foi um movimento organizado pelos judeus para recuperar a terra perdida. No início do século XX muitos judeus migraram para a Palestina. Ao fim da II Guerra Mundial, já tinham 1/3 da população da Palestina. O Estado de Israel foi criado em 1948, com a ajuda da ONU e dos EUA. Os países árabes não aceitaram e declararam guerra a Israel. Israel venceu a guerra e expandiu seu território. Os palestinos ficaram sem território, tendo que se refugiar em diversos países árabes. Um acordo de paz definitivo ainda está muito distante.
A divisão da cidade de Jerusalém é uma das questões mais difíceis de serem resolvidas. Israel não reconhece, de forma plena, a soberania da Palestina sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, estabelecendo, portanto, colônias nestes territórios. Em defesa dos palestinos atuam grupos armados que adotam a tática do terrorismo para geralmente atacar alvos civis de Israel, como hotéis e escolas. Entre eles estão o Hezbollah, o Hamas e a Jihad Islâmica. Grupos políticos radicais de Israel, defendem o uso da força militar contra os palestinos, se opondo a qualquer acordo para devolver os territórios por eles ocupados.
Além das questões territoriais, a intolerância étnica e religiosa também dificultam uma solução para o conflito.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e Professor de Geografia

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Brasil e as crises econômicas mundiais



Diante de mais uma crise econômica nos Estados Unidos e na Europa um clima de preocupação toma conta do mercado financeiro e de todo o setor produtivo. Com as principais economias atravessando um momento de muita instabilidade as consequências são sentidas em escala global.
Para o Brasil, as turbulências econômicas mundiais geram pontos negativos, como a diminuição das exportações e de investimentos diretos no país, mas, por outro lado, a indústria nacional volta suas atenções para o mercado interno, fato que pode potencializar o comércio no país.
Como vivemos em um mundo globalizado, as crises econômicas surtem grandes efeitos. Porém, o Brasil pode sair fortalecido neste cenário de incerteza, pois, temos longas margens de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para as próximas décadas. Já os EUA, as principais potências da Europa Ocidental e o Japão, apresentam altas taxas de urbanização, industrialização e desenvolvimento tecnológico, tendo, portanto, pouco espaço para crescerem.


Décio Couto Caixeta
Geógrafo e Professor de Geografia

domingo, 21 de agosto de 2011

Nacionalismo extremo



Boa parte dos países europeus está atravessando uma grave crise econômica. A recessão atual provoca uma série de efeitos colaterais, não só em termos econômicos, mas também nos campos sociais, culturais e étnicos. Muitos europeus acreditam que os imigrantes estão sendo responsáveis pelo grande número de desempregados em seus países. Grupos políticos de extrema direita fomentam o ódio e a perseguição a estrangeiros argumentando que estes promovem um aumento do número de delitos, como homicídios e estupros. Diante deste cenário, lunáticos radicais planejam e executam ataques a imigrantes, fortalecendo a xenofobia e enfraquecendo o multiculturalismo, culminando, em muitos casos, em dezenas de mortes. Um dos casos de xenofobia mais impactantes ocorreu na Noruega no último mês de julho. Um fanático nacionalista provocou a morte de 76 pessoas, defendendo a bandeira do nacionalismo extremo e atacando o pluralismo étnico.





Décio Couto Caixeta
Geógrafo e Professor de Geografia

terça-feira, 14 de junho de 2011

Desmembrar ou não o estado do Pará?






A repartição do território brasileiro é alvo de antigas discussões. Parece não haver um consenso entre os debatedores do assunto.
O caso mais recente é o provável desmembramento do estado do Pará, onde seriam criados mais dois estados: Carajás e Tapajós. O Congresso Nacional já aprovou a criação de um plebiscito (consulta popular) para saber a opinião da população sobre o caso.
Antes mesmo do plebiscito, há intensas discussões entre os que defendem e os que criticam a divisão deste estado.
Os defensores argumentam que o estado do Pará é muito grande, e que por isso, é difícil de ser administrado. Sua divisão, portanto, facilitaria o manuseio das verbas públicas e sua melhor utilização.
Já os que criticam, afirmam que haveria um aumento de gastos com os parlamentares, pois haveria a necessidade de criar mais cargos políticos, acarretando num inchaço da máquina pública.
Analisando a situação, é possível fazer uma analogia com as privatizações, principalmente da mineradora - VALE. O governo federal privatizou parte da empresa argumentando que a mesma dava prejuízo. Porém, nos últimos anos, a VALE registrou grandes lucros. Portanto, os que defendem o desmembramento do estado do Pará sustentam a questão da melhoria na administração, como ocorreu com a Vale.
Mas, cabe a pergunta: “Será que uma empresa precisa ser privatizada para dar lucro?”. Continuando a analogia: “Será que um estado tem de ser desmembrado para ser bem administrado?”.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e Professor de Geografia.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Globalização e blocos econômicos são fenômenos antagônicos?

Em minhas aulas sobre globalização, é comum os alunos indagarem a seguinte questão: "Professor, a formação de blocos econômicos continentais não contraria o fenômeno da globalização?", e lhes respondo: "Não, pois há o fortalecimento comercial, tecnológico, diplomático, etc., entre os países membros e entre os blocos".

A União europeia é o bloco econômico mais completo, sendo o único que contempla: zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união monetária e econômica. Muios países do Leste europeu ainda pleiteiam vaga, mas enfrentam barreiras impostas pelos integrantes do bloco.

A Turquia é um dos países europeus que manifestam a vontade de entrar na UE há muitos anos. Porém, muitos membros do bloco são contra a entrada dos turcos. O presidente francês, Nicolay Sarkozy, é quem mais critica o objetivo turco, pois acredita que a Turquia é muito mais asiática que europeia. Além do presidente da França, vários outros presidentes de países europeus são contra a entrada da Turquia na UE, por acreditarem que é um país que tem muitas dificuldades internas e geopolíticas regionais, como a grande presença do povo curdo em seu território, o que causa grande instabilidade no país, já que os curdos reivindicam seu Estado próprio - o Curdistão.

Não só a UE encontra dificuldades de integração continental. A Venezuela pleiteia uma vaga permanente no Mercosul há anos, mas falta a aprovação dos congressos dos países membros.

Não há dúvidas que a consolidação dos blocos econômicos fortalecerá o fenômeno da globalização, pois aumentará a interligação entre os países.

Décio Couto Caixeta.
Geógrafo e Professor de Geografia

quinta-feira, 24 de março de 2011

Tragédia no Japão


Os japoneses já estão acostumados com adversidades (tufões, vulcões ativos, relevo montanhoso, etc.). Mas a sucessão de terremotos e um grande tsunami que assolaram o país nos últimos dias surpreenderam até mesmo esse povo tão atingido pelos desastres naturais.
O país está localizado sobre uma falha geológica, no encontro das placas tectônicas do Pacífico e Euro-asiática, por isso, acontecem tantos tremores em seu território e nos arredores. O hipocentro do terremoto de 8.9 graus na escala Richter foi a 22 Km de profundidade em relação à superfície submarina. Já o epicentro foi a 120 Km da costa japonesa. Como estas distâncias são relativamente pequenas, a intensidade dos abalos foi muito forte.
Além das perdas humanas imediatas e de milhares de desaparecidos, outra grave questão preocupa os japoneses – a radiatividade. Usinas nucleares foram danificadas, havendo perda da água que resfria as caldeiras, provocando um superaquecimento dos reatores nucleares e um conseqüente vazamento da radiação.
O povo japonês conhece bem os efeitos da radiação sobre os seres humanos (mortes imediatas e surgimento do câncer). Após terem sofrido o ataque nuclear dos EUA no fim da II guerra mundial a população tomou verdadeiro pavor dessa questão atômica.
Enquanto ministro minhas aulas, e comento sobre esta questão com meus alunos, é comum surgir a pergunta: “Professor, por que então o Japão investiu em usinas nucleares?”. E lhes respondo: “O Japão não tem a mesma riqueza hídrica que o Brasil tem, principalmente volumosos rios de planalto, para investirem em outros tipos de geração de energia, como as hidrelétricas”.
Ter um histórico de desastres naturais trouxe muitos prejuízos ao povo japonês. Porém, serviu também para criar uma nação altamente educada e disciplinada. Será então que muitos brasileiros são preguiçosos, mal educados e indisciplinados pelo fato de termos um território tão abençoado?

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e Professor de Geografia

terça-feira, 22 de março de 2011

Crise geopolítica na Líbia


Os primeiros meses de 2011 estão sendo marcados por uma série de manifestações pró-democracia no norte da África e no Oriente Médio. Num mundo globalizado, onde a sociedade de consumo se alastra a cada dia, a pouca liberdade de expressão e poder de escolha da população em países com regimes ditatoriais estimulam os mais jovens a protestarem contra o governo. As redes sociais da internet auxiliam na divulgação dos atos em praça pública.
A atitude de um jovem tunisiano, de atear fogo no próprio corpo para chamar atenção da opinião pública interna e externa sobre o regime opressor do seu país, fomentou a ira da população tanto da Tunísia quanto da Jordânia, Egito e Líbia.
Ditadores estão caindo e a democracia sendo implantada, de forma lenta, em alguns países. Porém, na Líbia, o ditador Khadafi não aceita renunciar e promove ataques a civis.
Perante à grande repercussão internacional da crise na Líbia uma coalizão, formada pelas principais potências ocidentais, resolveu atacar as tropas de Khadafi.
Não há dúvida que a democracia é o melhor regime político. Porém, as ditaduras na América Latina e na África foram motivadas pelos EUA e potências européias, respectivamente, justamente os países que agora querem exigir a implementação da democracia na África. Não é curioso? Isso é geopolítica – um tremendo jogo de interesses.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e professor de Geografia