terça-feira, 22 de março de 2011

Crise geopolítica na Líbia


Os primeiros meses de 2011 estão sendo marcados por uma série de manifestações pró-democracia no norte da África e no Oriente Médio. Num mundo globalizado, onde a sociedade de consumo se alastra a cada dia, a pouca liberdade de expressão e poder de escolha da população em países com regimes ditatoriais estimulam os mais jovens a protestarem contra o governo. As redes sociais da internet auxiliam na divulgação dos atos em praça pública.
A atitude de um jovem tunisiano, de atear fogo no próprio corpo para chamar atenção da opinião pública interna e externa sobre o regime opressor do seu país, fomentou a ira da população tanto da Tunísia quanto da Jordânia, Egito e Líbia.
Ditadores estão caindo e a democracia sendo implantada, de forma lenta, em alguns países. Porém, na Líbia, o ditador Khadafi não aceita renunciar e promove ataques a civis.
Perante à grande repercussão internacional da crise na Líbia uma coalizão, formada pelas principais potências ocidentais, resolveu atacar as tropas de Khadafi.
Não há dúvida que a democracia é o melhor regime político. Porém, as ditaduras na América Latina e na África foram motivadas pelos EUA e potências européias, respectivamente, justamente os países que agora querem exigir a implementação da democracia na África. Não é curioso? Isso é geopolítica – um tremendo jogo de interesses.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e professor de Geografia

5 comentários:

  1. Em um mundo capitalista, a democracia é uma ilusão. A liberdade de expressão é sempre manipulada, e nós com ela.
    A democracia só existirá efetivamente quando a burguesia for extinta e os meios de produção socializados.

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  2. Ludi, estou comparando a democracia, a ditadura e o socialismo real, como na ex-URSS, onde não houve ausência de classes e, principalmente, a não extinção de dominantes e dominados como foi proposto por Karl Marx no Manifesto Comunista. Falar numa democracia sem burguesia não seria muito utópico?

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  3. Não. A existência de dominantes, a burguesia, não permite que haja democracia, em sua essência. Enquanto existir divisão de classes, a democracia é algo impensável.

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  4. O grande problema é que existe muita gente que não quer saber de trabalhar. Em uma sociedade sem classes, os trabalhadores teriam que sustentar os vagabundos. Os primeiros não procurariam promover inovações tecnológicas pois não teriam seus méritos reconhecidos, já os segundos iriam desfrutar da produção alcançada por quem realmente produziu algo. Não tem como falar em sociedade sem classes onde a humanidade é tão diferente. Os que estudam, trabalham, aproveitam as oportunidades que têm, irão sobressair sobre aqueles que não as aproveitam. Por isso, a sociedade continuará sendo dividida em classes, para classificar quem aproveita e quem desperdiça suas chances. É claro que não podemos generalizar, há muita gente que tem pouquíssimas oportunidades na vida. Mas, há também, milhões de pessoas que têm todas as condições de ascensão social e não aproveitam.

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  5. Premiê líbio confirma morte de Muammar Khadafi

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