Há mais de uma década à frente do governo venezuelano, Hugo Chavez acumula admiradores e adversários. Defendendo uma Revolução Bolivariana, levanta a bandeira da unidade da América Latina e repudia o Imperialismo estadunidense.
No começo de seu governo, Chavez se mostrou bastante ligado à justiça social. Remanejou grandes porcentagens dos royalties do petróleo (principal fonte de riqueza do país) para programas de redução da pobreza, ganhando muitos simpatizantes pelo mundo. Porém, sempre foi um presidente muito polêmico, se inserindo em questões que, muitas vezes, não lhe diziam respeito, com discursos longos e desafiadores. Uma famosa frase do Rei Juan Carlos da Espanha, remetida à Chavez, ficou conhecida internacionalmente: “¿Por qué no te callas?”.
Em seus discursos, critica incessantemente os EUA e seus aliados. No Oriente Médio está ao lado do Irã e contra Israel. Como os EUA e a Rússia ainda alimentam rivalidades, logo houve uma aproximação de Chavez com os russos. Na América Latina, a Colômbia é a principal aliada dos EUA, logo (adivinhem?) adversária local de Chavez. Evo Morales (presidente da Bolívia) e Rafael Correa (presidente do Equador) são aliados de Chavez. O Brasil e os demais países da América do Sul preferem ter uma posição imparcial, se posicionando conforme o assunto.
Chavez se mostra cada vez mais radical. Contra o neoliberalismo e centralizador do poder político-econômico. Já promoveu diversos referendos (consulta popular para mudar uma lei) e plebiscitos (consulta popular para criar uma lei) pleiteando sua perpetuação no poder. Isso o torna um verdadeiro ditador, pois tem o uso da máquina pública. Suas decisões de estatizações vão na contra mão do processo de globalização, afugentando investimentos estrangeiros e findando o crédito do país no exterior. Tudo isso culmina na estagnação econômica, e é claro, no aumento do desemprego. Sempre se mostrou um grande aliado de Fidel Castro, o ditador cubano.
É preciso deixar claro que tanto o Socialismo quanto o Capitalismo têm suas vantagens e desvantagens. Porém, se nos é cerceado o direito à liberdade de expressão, de nada valem a garantia de saúde, educação e moradia.
Fica claro que a democracia não se consolida com presidentes como Hugo Chavez.
Décio Couto Caixeta
Geógrafo e professor de Geografia
Fica claro que a democracia não se consolida com presidentes como Hugo Chavez.
Décio Couto Caixeta
Geógrafo e professor de Geografia