quinta-feira, 8 de julho de 2010

Questão atômica iraniana


De onde vem essa rivalidade entre EUA e IRÃ?

Tudo começou em 1979, ano da Revolução Islâmica no Irã. Antes disso, o Irã era comandado pelo Xá – Mohammad Reza Pahlavi – aliado dos EUA. A partir da revolução liderada por Aiatolá Khomeini, o Irã passou a ser um Estado fundamentalista, onde a religião exerce influência direta nas decisões do governo, muito diferente de um Estado laico defendido pelos estadunidenses.
Na Guerra do Irã contra o Iraque, travada durante vários anos da década de 1980, os EUA apoiaram o Iraque, já os soviéticos, os iranianos. A Guerra Fria refletia os antagonismos ideológicos entre EUA E URSS. Essa decisão por parte dos estadunidenses em apoiar o Iraque, acirrou as inimizades com os iranianos.
Neste cenário de guerras cabe uma pergunta: Como EUA e Iraque eram aliados na guerra contra o Irã e anos depois entraram em conflito durante a Guerra do Golfo? A resposta para essa pergunta está na GEOPOLÍTICA, que simploriamente, quer dizer um jogo de interesses entre os países. Vejamos alguns exemplos: EUA e URSS, rivais históricos, se aliaram durante a Segunda Guerra Mundial para lutar contra um inimigo em comum – a Alemanha; EUA e Japão duelaram na mesma guerra, logo depois, se tornaram aliados em nome da sustentabilidade do capitalismo.
Mas, voltemos à rivalidade entre EUA e Irã. O atual presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, defende a extinção do Estado de Israel. Já proferiu várias vezes em seus discursos que Israel deveria ser “riscado do mapa”. Ora, sabemos muito bem que EUA e Israel são aliados históricos. Foram os estadunidenses que arquitetaram a criação do Estado de Israel em 1948, em terras que pertenciam à Palestina.
Sabendo os motivos que levam à essa grande rivalidade entre EUA e Irã, entendemos a grande preocupação por parte dos estadunidenses em relação ao enriquecimento de urânio pelos iranianos. Os primeiros dizem que esse enriquecimento tem o objetivo de construir armas atômicas. Já os segundos, defendem o uso do urânio para geração de energia.
Em quem iremos acreditar? Pesa contra o Irã os imensos obstáculos impostos sobre às inspeções de funcionários da ONU às instalações nucleares iranianas. Pesa contra os EUA a questão imperialista no Oriente Médio e as milhares de ogivas nucleares que o país ainda possui.
Diante deste cenário, o Conselho de Segurança da ONU, decidiu aplicar sanções sobre o Irã. Mas, afinal, o que seriam essas sanções? A intenção da ONU (comandada pelos EUA e seus aliados) neste momento é isolar o Irã através de embargos comerciais. Todas as suas exportações e importações são prejudicadas com o intuito de afetar a economia do Irã. Tudo isso para forçar o país a abandonar seu projeto nuclear.
Porém, Mahmoud Ahmadinejad – eleito de forma fraudulenta nas últimas eleições – , já deixou claro que não cederá às pressões. EUA e seus aliados ainda não falam em uma possível intervenção militar, pois sabem que o Irã não é o Iraque.

Décio Couto Caixeta
Geógrafo e professor de Geografia

11 comentários:

  1. Prof!!
    Você escreve muito bem!
    E sou soube muito bem abordar o assuntoo \o/

    Saudadees das aulas \o


    [/melhor prof de geeeo']

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Professor!!
    Essa questão irã X eua foi exatamente o conteúdo do meu segundo bimestre! E seu texto resume simplesmente tudo o que eu vi a respeito! Ficou claro, objetivo e muito rico! Gostei muito!!! Mesmo porque, a questão nuclear é muito atual e tem grande probabilidade de cair no vestibular! Seu blog já está em 'meus favoritos' haha

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  4. Obrigado pelos comentários, Louise.
    Que bom que gostou...
    Este assunto pode até ser tema da redação de vestibulares.

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  5. Muito legal seu blog, primo!
    Vou sempre dar uma passadinha por aqui!
    Beijo

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  6. Decinho, parabéns pelo artigo.
    Polêmico, como não poderia deixar de ser.
    Abração

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  7. Décio,

    Parabéns pela iniciativa, tenho certeza que esse blog será mais um canal de informação para os alunos visando uma preparação de excelência para os concorridos processos seletivos do Brasil e também ajudando na sua visão crítica da geopolítica mundial e nacional.

    Você é um exemplo de profissional que ainda vai colher muitos louros de sua dedicação!

    Abraços,

    Silvio Miranda

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  8. Helinho, polêmicas são sempre importantes para provocar discussões, e, com elas, suscitar o senso crítico.
    Obrigado pelo comentário.

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  9. Silvio, também sou da opinião de que estes artigos funcionem como um elo de ligação entre o professor e o aluno, visando sempre, o conhecimento e o auxílio no processo da aprendizagem. Inclusive, essa rivalidade entre EUA e o Irã foi questão da minha prova e de vários outros professores. Um tema com forte probalidade de estar inserido no PAS, ENEM, vestibulares e os mais diversos concursos.
    Obrigado pelo comentário.
    Os elogios são recíprocos.
    Abraço

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  10. Parabéns caro colega, Décio. - A verdadeira "Bomba Atómica" está para chegar e dá pelo nome de ENDOECONOMIA – digitar esta palavra no www.google.com – está tudo lá, muito bem explicadinho sobre o poder da marca GEO. - Uma marca que irá revolucionar Portugal e, daí, para o resto de outros países. - Para saber mais detalhes é só entrar em contacto com o autor, Prof. Roberto Moreno – (351) 21 313 99 99 ou 966 054 441 ou Skype: geolingua ou pelo e-mail – geo@geolingua.org

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